A neurodiversidade defende que condições como o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) não devem ser vistos exclusivamente como transtornos, mas como variações naturais do funcionamento cerebral humano. Essa abordagem propõe o respeito às diferenças, afastando o estigma da rotulagem e da discriminação.
No entanto, os principais manuais médicos, como o DSM-5 (Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) da Associação Americana de Psiquiatria, classificam essas condições como transtornos do neurodesenvolvimento. De acordo com o DSM-5, esses transtornos representam déficits no desenvolvimento que impactam o funcionamento pessoal, social, acadêmico ou profissional.
Os transtornos de neurodesenvolvimento são condições de déficit no desenvolvimento que trazem prejuízos no funcionamento pessoal, social, acadêmico ou profissional, segundo a 5ª edição do Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), desenvolvido pela Associação Americana de Psiquiatria (APA).
Segundo o DSM-5, os principais transtornos de neurodesenvolvimento são:
1. Transtornos de desenvolvimento intelectual
2. Transtornos de comunicação
3. Transtorno do Espectro Autista (TEA)
4. Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH)
5. Transtornos específicos de aprendizagem
6. Transtornos motores
É preciso ressaltar que nem todos os representantes da comunidade autista acreditam que o TEA não seja um transtorno. De qualquer forma o termo chama a atenção para o fato de que somos apenas diferentes, devendo ser respeitada essas diferenças, isso é inclusão. O que o termo tenta fazer é evitar a rotulação e discriminização.
ALGUNS ESCLARECIMN TEA
De acordo com o DSM-5 e o CID-11 o TEA apresenta um funcionamento neurológico específico, porém podendo apresentar diferenças entre os portadores. Por isso o DSM-5 divide o TEA em três níveis de suporte:
1. Leve
2. Moderado
3. Severo
Segundo a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID 11), o TEA é descrito como “um transtorno caracterizado por déficits persistentes na habilidade de iniciar e manter interações sociais recíprocas e por padrões de comportamento, interesses ou atividades que são atípicos para indivíduos de determinada idade ou contexto sociocultural”. O CID-11 é elaborado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e está em vigor desde 1º de janeiro de 2022.
A descrição do TEA é dividida em 7 categorias:
1. 6A02.0 – Transtorno do Espectro do Autismo sem deficiência intelectual (DI) e com comprometimento leve ou ausente da linguagem funcional;
2. 6A02.1 – Transtorno do Espectro do Autismo com deficiência intelectual (DI) e com comprometimento leve ou ausente da linguagem funcional;
3. 6A02.2 – Transtorno do Espectro do Autismo sem deficiência intelectual (DI) e com linguagem funcional prejudicada;
4. 6A02.3 – Transtorno do Espectro do Autismo com deficiência intelectual (DI) e com linguagem funcional prejudicada;
5. 6A02.5 – Transtorno do Espectro do Autismo com deficiência intelectual (DI) e com ausência de linguagem funcional;
6. 6A02.Y – Outro Transtorno do Espectro do Autismo especificado;
7. 6A02.Z – Transtorno do Espectro do Autismo, não especificado.
Embora as classificações sejam uma importante ferramenta para o diagnóstico, é importante salientar que o TEA não deve ser encarado de forma linear, pois cada autista é único e demanda suportes específicos.